sábado, 22 de setembro de 2007

seu natal


E se viesse uma Marilyn estonteante e só sua cantar-te deliciosa e demoradamente o melhor parabéns pra você de sua vida será que emoções mudariam? Se você passasse seus cumpleaños ao lado dele, ao lado dela, ao lado deles, do seu lado, transparente-sorridente, como nasceria o outro dia? Presente fosse a sua permanência em mim, que malogrado poderia me recair? Que infortúnio teria eu de reclamar toda tarde? Eu sei bem o que dói, eu sei bem o que se passa num turbilhão de veias/artérias/sangues/mente/coração, só se sabe bem que vive bem de perto o indesejo, a desvida, e a felicidade também. Que é felicidade? Feliz-cidade, consigo, dentro de mim uma paz subalterna, e no reduto mais criativo cultivar a melancolia, para quê? Se sempre-sempre você se deprime, liga a tevê e vê o jô até mais tarde, depois de um dia inteiro zero, um dia inteiro jogado ao lixo, como quem está de coma, e vive na coma o sono da esperança, eterno ou não, você há de me dar razão de que tudo que um homem precisa é de um amor bem sucedido, é reviver no passado suas experiências boas e ruins, claro, é escutar no cassete a fita de uma música que acalma ou que delira, é torcer pelo mocinho e mocinha na sua estória de amor, é se reencontrar no espelho, se amar/se odiar, é ser e não ser, viver na antimatéria o acaso de desfrutar sua vida em contagens regressivas: dois, um, é felicitar-se um grande boêmio, vívido, experiente de sensações e amores, é ter um só amor e morrer por ele todos os dias, é não ter dia que não valha, é e não é. Hoje, mais do que nunca, eu só amo.

Nenhum comentário: