quarta-feira, 24 de setembro de 2008

prosear na tarde seca

senta fica à vontade, a tarde tarda a baixar, a gente pode falar de tudo, tagarelar agora é pouco, você vai beber o quê? você vai me olhar bem nos olhos baixos, e vai agora tremer a mão que tá segurando uma taça barata de vinho barato, que a gente comprou na esquina. Os pés da cadeira estão a descascar, são velhas, não importa, a tarde vai. Segue uma conversa ou outra, a gente nem sequer olha os ponteiros, os segundos e os minutos se confundem, embaçam, eu não enxergo de perto, é miopia ou o quê? é desordem na vista, na cabeça e no coração, respondo alto. Olha bem alto, tem um prédio bem alto, a gente da cadeira tomba a cabeça, pra conseguir ver tudo, olha mais. e aí a tarde à toa se demora pra acabar, o pôr do sol é assim mais bonito, quando mais esperado, e no inesperado, todo o resto se esquece.

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