sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Os outros

Nos outros tudo tem valia, o traço, o rastro, o jeito, tudo. Avalia ele os outros positiva e entusiasticamente, enquanto a mim, sobram migalhas. Sua atenção se despedaçada pr´outros, para mim é resquício vago de presença, divide-se em muitos, e sobra-me o nada, enquanto despeja sua energia noutros, despendo-me outro, quisera; para tantos e para muitos é o artista novo, e para mim, família, contudo longe e distante, sua forma acrônica de amar é quebradiça, ora inexistente, se tem amor, passou longe da minha rua, se tem ódio, recai sobre mim sua faceta mais verdadeira e dolorosa, choramingando feitos errados, fatos irrelevantes, é a mim que recorre quando amanhece, é sobre meus ombros fartos que se encolhe, com açúcar com afeto mingua, na letra da canção me vejo vindo ao amparo, mesmo que desamparado. O infortúnio do seu amor é raiva, range a estrutura sólida inundada numa enchente que não tem fim. Afinal, santo de casa não faz milagre. O vago e distante é sempre melhor, pelo menos pra você.

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