quarta-feira, 25 de julho de 2007


Reparei nas pernas pesadas inquietas e gatos famintos, ratos soltos, que importa, um pouco de sol um pouco de chuva, nada mais inconstante e dúbio que o sentimento do medo. O medo dos caminhos com essas mesmas pernas de trombose, pernas de salto, trombetas no corredor de madeira, toc, toc, toc, toc, cadenciado com um movimento trêmulo: o medo.
Medo meu senhor, de ser assassinada, sabe lá deus, ou ser descoberta como a mulher mais infeliz do quarteirão, sabe lá deus, ou de, ainda, verem nos escritos dela, um ai, de sofrimento, ou um ai de vou-me embora, mas suas pernas pesadas impediam.

2 comentários:

Juliana disse...

poesia demais fode a cabeça
às vezes eu penso: "por que tudo não é poesia, onde eu risco o verso, escarro na letra ou piso no ponto na hora que eu bem entendo?"


nada é poesia.

Ellero disse...

é triste (ou feliz)o fato de já estar perdido na loucura.
e se deparar tão grotescamente com um mundo longe do que se era esperado.
enfim, o fato é:
estamos conectados a todos e ligados a ninguém.
belo blog.
apareça mais vezes.