sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Tropeço

tantas veias velhas
tarântulas em teias
perambulam pelo pó
tantas velhas vêem
o que se foi
defronte o que é.
Paredes paradas
fios de memórias em porta-retratos que nada retratam.
Paredes paradas
suas veias sobem suas pernas como trepadeiras em troncos.
Paredes paradas
você, senhora, sonha em ser o quê?
A morte mansa,
responde cru.
Tantas velhas viagens
tantas médias passagens
tantas pedras pisadas
tantos pares de pôres,
tantos amores findos
tantos sonhos falidos
tantos peitos ocos
tantos poucos desejos
hoje a velha tropeça na sua esperança
e morre de tédio.

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