sábado, 23 de fevereiro de 2008

longos versos querem dizer a coisa mínima: que não posso falar agora.

finda o céu quando te vejo
não receio a solidão
mas eu prefiro você.

Na televisão barulhenta
o som esvai dos meus ouvidos
e sua voz é a que fica
sua fala é a que se demora
e eu não me demoro a acostumar.

Trouxe um pouco de esperança
a espera não arde tanto
à espera, tudo se prolonga
estou longe e concentrado em longos versos.

Verseja o momento em que nos vemos
estamos e não estamos na mesma contemporaneidade
há um fio tênue para você se dispersar
e me dispensar como quem não quer mais saber,
pode ser, a vida é longa o suficiente.

Na televisão barulhenta
o que se passa é o que passa
o que não passa é a memória sua
melhorada em minha idealização
talvez seja a ação mais estúpida minha
mas eu me permito.

Dizer, dizer,
não estou pronto para estar entregue
o estado de espírito varia, você deverá saber
que a sua monossilábica resposta
não me afasta dos toques prováveis,
e minha imprevisibilidade vai além
do que você poderá crer.

Sua, a minha distância
é a primeira instância
de muitos momentos
pode ser que tudo se dilua
mas não acaba.



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