domingo, 2 de março de 2008

nem hoje, nem amanhã, nunca direi

Toca a campainha e você se sente tocado, acha que é seu amor com um copo de lisonjeios diretos para você, como quem diz e espera um eu te amo tão doce e antigo já nas suas sensações de amar. Eu sei que o esperar cansa, mas a campainha, lamento, não era para você, até era, mas não era o seu amor, era a dor vestida de longo, cerimoniosa pedindo passagem, vai vir, entrar, se sentar, pedir um copo d´água e dizer que ele foi embora. Simplesmente assim, foi embora e não disse em qual trem embarcara, nem o destino. Talvez Chile, Buenos Aires, Montevidéu, pode ser, mas e se pensássemos em mandá-lo para a lua, não seria tão ruim, ficaríamos a sós, eu e você nessa canção de embalo. Cat power arrastada no som da sala, um filme posto para a gente se pôr no sofá, deitados em carinhos e carícias, você não iria reclamar. A dor já se foi, e agora vem o consentimento, o sofrimento já se foi, e agora fica a esperança prenha. Estamos até que nos dando bem. Você imaginaria? Há sensações duvidosas dentro de você que eu não quero nem saber, nem arrancar, nem questionar, a gente tá tão bem assim.
Nem hoje, nem amanhã, nunca direi o quanto te amo.

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