sábado, 17 de maio de 2008

CÉUS SÂNDALOS ESCÂNDALOS VERMELHOS

hoje acordei nu e estou diante de um espelho penetrável, mergulho fundo, e caio de cabeça num céu que se abre pra mim, nu, sem estrela alguma, algumas nuvens, algum vento ventania fortes que me velam, nu. E levar-me para algum lado dessa noite, já está ficando dia e não cesso de olhar, eu olho, eu me entreolho, que está no rádio? Uma música da Gal fatal. Estou nu diante de mim e você com aquele jeito leão fez-me o quê? Deixou-me em escândalos vermelhos, rubor supor que você não me conhecia, agora já sabemos de um e de outro todas as verdades da pele, e sob a umidade da noite nos encontramos. É no meio do labirinto sórdido que te vejo estátua nua sobre um arbusto aparado carinhosamente pelo jardineiro que já se deitou, na Rua dos pessegueiros, número 401. Você é um delírio. Você é uma forma disforme de me dizer que eu vivo e que não paro minha respiração nem quando durmo. Você é meu vácuo preenchido de você de verdade de perfume doce.

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