segunda-feira, 12 de maio de 2008

porque não amou...

Anda diante de fato falante ferido conferindo toda em sua estante
amores e amantes que vêm e vão no vão do seu peito o mesmo receio
de ser sozinho quando anda calmo e perdido nas avenidas sem rumo
e por uma olhadela no céu vê que seu é nada e que tudo que tem é ausência
ao seu lado a ausência atrás a ausência na frente a falta que tem
quisera ficar permanecer e estar sempre com alguém que pudera dizer:
eu amo você nunca vou te deixar não há porque temer esse amor é você
que me traz e me faz ficar humano e de coração eu o amo com ternura,
essa doçura de afeto foi pro ralo, nem é feto daquilo que poderia ser paixão
e em seu coração que ficou foi descrença, que matou foi cansaço,
que o tornou um velhaco rabugento e reclamão,
todo dia acorda cedo, chora e chora, sem receio,
mergulha na mais profunda solidão de velhice,
traz pra gente a bizarrice de ser o não ser
é todo casulo, vai morrer nulo porque não amou.

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