"No teu jardim dos sonhos onde cantam os lírios no asfalto
e choram as rosas de Cartola
as flores em branco
enfeitam de vida minha estante de divagações
meu instante de encantamento constante.
Flor que não é árvore
no teu roseiral já resolvido
pétalas em branco
sacralizadas na pureza das cores e dos cantos
rosa flor toda nua despedida de seus pudores
deixou a solidão do poeta
pra viver no cerno da compaixão e do carinho
doce ninho.
Flor que não é pássaro
decompõe-se à luz do sol, a interface de todos os amores
num degradê à mercê de desejos ocultos
revelados em cada passo em falso
compassos humanos em silêncio
e a vontade de voar.
Melodia, tom, sobretom, e sobretudo
quando desfaz-se o cantar do grilo
impoe-se no sereno do teu íntimo,
toda a graciosidade da rosa que se assume flor
sutilezas brancas primaveris
que faz ecoar desejos e calar de vez o frio"
Luís Lima.
domingo, 4 de maio de 2008
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